partículas do que sou
Exposição coletiva com os artistas
Dandara Valadares / Daniel Moreno / Glauber Sampaio
Curadoria
KinJin
Expografia e Montagem
Anna Barreto
exposição
Galeria Plexi
Abertura: 19 de setembro de 2020
Encerramento: 25 de novembro de 2020
Partículas do que sou
A Exposição “Partículas do que Sou” é uma micro extensão cultural do norte-nordeste brasileiro. A mostra observa de forma empírica a bagagem que cada artista trás dentro sí, uma partícula histórica da sua origem, linguagem, cores e crenças, dando vida a Arte.
Daniel Moreno é ilustrador, nasceu em Natal/ Rio Grande do Norte e vive em São Paulo. Apresenta em suas obras um interessante trabalho autoral que experimenta diferentes tipos de materiais e suporte, trazendo um novo olhar para as fitas adesivas, base da sua linguagem artística e ricos em detalhes, que são formados por recortes precisos no estilete e muita cor. A cada pedaço de fita, se sobrepõem o grafite e o cordel, xilogravura e arte urbana. Daniel Moreno personifica as raízes culturais do sertão pelo excêntrico personagem Lampião, o mesmo que viveu a distopia em meios a seus trajes coloridos, ricos em misticismo, poder e representatividade fundada na arte popular nordestina e todos os tipos de manifestações artísticas do povo sertanejo.
Dandara Valadares é pesquisadora e relações públicas, de Porto Velho/Rondônia e vive em São Paulo. Sua arte pode se dizer que é uma narrativa visual da sua história de vida, trajetória contada por obras têxteis que buscam materializar suas perdas e ganhos e aprendizados que foi presenteada em cada etapa da sua vida. Na obra duo “A árvore de acolhimento”, a flor de urucum recolhida de uma árvore perto da casa de sua mãe, remete a fonte de todo o acolhimento. A segunda traz as sementes de urucum envoltas por um tecido de seda, que representa esse acolhimento e carinho guardados pro resto da vida. Para Dandara o renascimento fez sentindo quando chegou a São Paulo e trouxe essa analogia na obra “Mudei pra uma cidade livre, mas a repressão estava dentro de mim”, um quadro com forte simbolismo da personalidade ativista e feminista da artista. Sensível seda que remete a pele; memórias da sua infância, a flor; o descobrimento de novos caminhos e a linha costurada uma repressão psicológica e não física dos velhos costumes, considerando que o fio solto representa a libertação desse conservadorismo patriarcal. “A busca é eterna, mas é ela que nos faz acordar de manhã” e a obra que fala sobre conhecimento. A pedra pirita é conhecida como o ouro dos tolos. Essa obra é sobre a busca por um tesouro, e sobre a descoberta de que o ouro (tesouro no fim do arco íris) é na verdade a caminhada.
Glauber Sampaio é designer, nascido em Lavras da Mangabeira/Ceará e vive em São Paulo. A série “Retalhos" é uma representação íntima e introspectiva, praticamente terapêutica, onde a obra final é composta por formas simples e expressões, simbolizando um recorte da vida da sua vida. Entre sobreposições de cores e outros pequenos detalhes, esconde-se o equilíbrio diário entre ansiedades, incertezas e felicidade momentânea.
A mostra “provoca” o espectador se há a existência naquilo que vivemos ou só são fragmentos de quem somos espalhados à distopia da sociedade contemporânea. Retomar essa condição de totalidade através da Arte é um dos caminhos para encontrar a essência e empatia comum entre nós. Aceitasse por inteiro em direção a diversidade social.
Kinjin
curadoria