Em tempos sombrios, a mostra Porta-Voz convida para uma imersão lírica aos sonhos e as experiências íntimas femininas que revelam o sentimentalismo através de obras que alcançam a consciência da mulher moderna. A voz de uma sociedade latente, promissora e igual. A mostra é o fruto da união de duas artistas.

Heloisa Hariadne que, a partir de um fluxo de materialidades encontradas em seu cotidiano, torna sua arte vulnerável, sensível e poética. Com o afeto e ao mesmo tempo com a solidão, corpos estranhos carregam esses sentimentos, instalando-se na tela a cada pincelada memórias que estão afloradas a pele. A artista traça relações entre o conceito e o experimentalismo, se valendo de diversos meios artísticos em um caminho designado para a arte moderna, onde explora as vibrações das cores e a poética, resultante da combinação consistente de diferentes tons cromáticos, numa técnica complexa que cria camadas e texturas sobre a profundidade da tela.

Mariana San Martin que apresenta uma série sobre desconstrução, reconstrução e interferência por meio de colagens, pinturas e ilustrações; buscando representar as complexidades e sutilezas humanas através de retratos. Questões como, de que forma as interferências e imprevisibilidades externas se relacionam com as nossas emoções e personalidade. Sua obra – que se diferencia pela sinergia entre espontaneidade, movimento e rigor plástico – é consequência material de um processo sistêmico e contínuo de investigação sobre as potencialidades da cor e do efeito destas sobre a sensibilidade do espectador de arte.

KinJin
curadoria