Antropofagia do Vermelho
exposição individual com artista Gabriel Babolim

Curadoria
KinJin

Expografia e Montagem
Anna Barreto e CK Martinelli

exposição
Galeria Plexi
Abertura: 17 de junho de 2022
Encerramento: 13 de agosto de 2022

antropofagia do vermelho

A mostra “Antropofagia do Vermelho” convida à reflexão sobre a relação mais ampla do ser humano com seu ambiente imediato, global e social. Um termo não oficial usado para descrever o período atual da história da arte em que as ações humanas têm um impacto visível na regulação estética da sociedade contemporânea, uma antítese aos conceitos conservadores que ainda ferem o novo corpo social; afins de se alimentar e manter-se vivo sobre esse corpo composto de micro grupos sociais descritos em legendas da diversidade cultural.

A Antropofagia do Vermelho é um conceito, uma mostra que reúne em respostas dos artistas contemporâneos a diferentes aspectos dos interesses intrínsecos que refletem e servem como expressões pessoais de si mesmo, particularmente focados nas ambições de influenciar o desenvolvimento de estruturas políticas através das suas obras, dando luz sobre as lutas internas pelas quais todos nós vivenciamos. A maior guerra vem de dentro, todo mundo está passando por uma coisa ou outra e hoje passamos por uma constante luta interior, décadas atrás era tudo sobre duas nações lutando entre si, mas a maioria hoje está passando por tantas diferenças internas, seja nas redes sociais com seus conteúdos efêmeros na busca em criar uma identidade em um determinado segmento social.

O conjunto de obras demonstra de forma visceral a busca pelo inverso das cenas do dia-a-dia, é também reconstruir-se com o que sobra, um relato íntimo de vidas divergentes e suas práticas cotidianas. Muitas das obras vermelhas em exposição remetem ao corpo, esse ser que pulsa na direção do desejo e da insatisfação. Já não se trata de discutir identidade pessoal mas, sim, valores universais.

Distante de um olhar contemplativo e impassível diante das obras, o olhar vermelho insídia o corpo como lugar de conflitos do homem moderno. Ora focando o corpo agredido e o silêncio, como nos trabalhos de Babolim, manifestações do isolamento e expressão dolorosa da liberdade. O conceito visa propor uma narrativa poética e documental que emerge de diferentes perspectivas da imaginação artística. Crises, como a nossa hoje, mostram quão frágeis nossas realidades podem ser e, portanto, são boas oportunidades para aumentar a conscientização para novas ideias, futuristas.

Babolim (1996) é natural e residente em São Paulo, capital. É técnico em meio ambiente (ETEC PJ - 2014) e graduado em artes visuais pela UNESPAR (2018). As obras desse período (2015-2020) ardem como feridas abertas. E é porque realmente as são. Buscou na arte uma maneira de sangrar, como se fazia na medicina medieval, e o faz de forma metafórica e literal simultaneamente. Em sua série VERMELHO resíduos corporais como curativos e tufos de cabelos de diferentes épocas de sua vida mesclam-se às camadas grossas de tinta emplastradas que velam outras imagens por baixo. Em suas produções cerâmicas vemos o barro tomar forma de um corpo deslocado, desmembrado, desalojado; órgãos destituídos de suas funções compõem uma espécie de sistema emocional. A pele que toca, o coração que sente e os ossos que sustentam.

Kinjin
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