O certo é relativo
Exposição individual artista Beré Magalhães
Curadoria
KinJin
Expografia e Montagem
Anna Barreto
exposição
Galeria Plexi
Abertura: 30 de novembro de 2023
Encerramento: 03 de março de 2024
o certo é relativo
“Onde não existe bem ou mal, o dinamismo da existência compreende o binarismo longe das relações positivistas, ou de uma ambivalência. A simetria e o equilíbrio se dá pelo caos gerado na probabilidade não programada.”
Beré Magalhães
A exposição “O Certo é Relativo” apresenta um conjunto de obras de arte em séries em que o artista mantém consistente um diálogo aberto e genuíno com o observador. Suas obras são histórias que “falam” da boa ventura e das lutas vencidas e perdidas, das glórias alcançadas; narrativas de fatos do cotidiano humano. Pacientemente Beré Magalhães é um mensageiro que nos dá luz de forma sutil a refletir e questionar sobre verdades e certezas, partindo do início que todos nós temos em comum; o caminho, desde da concepção da vida até a morte.
Ao analisar o plano de construção da nossa sociedade, percebemos a ideia polarizada do certo e errado, a visão limitada desse dualismo que tem grande reflexo em nossas ações e isso não é um catalisador do equilíbrio, tenta restringir nossos passos, ensinando que há apenas dois caminhos: um inadequado e outro conforme com a lógica ética. O objetivo não é construir uma subversão dos valores, mas sim questionar a perspectiva do que é considerado normalidade; em uma analogia com as grandes formações terrestres, essas que independem de uma lógica matemática, e se constrói e reconstrói seguindo sua liberdade e os acontecimentos naturais, Beré Magalhães em suas obras revela um ponto de vista sobre a modelagem do homem, manifesta em tinta acrílica e giz pastel, composições de cores íntima e envolvente aquilo que aguça a percepção visual, abrindo caminhos as novas leituras e interpretações em acordo com a narrativa histórica de cada um. A única certeza da vida é a mudança e nada é permanente. Caminhos vêm e vão de encontro, caminhos paralelos, curtos ou longos, caminhos cruzados, caminhos que ultrapassam os limites do percurso, interpretações e símbolos ancestrais em um ritual imagético de equilíbrio e devoção sobre tela.
Dentre as várias possibilidades e todas aquelas mutações que divergem e alteram a ordem natural de nossas ações, nos encontramos em um momento único e especial que nos permitimos vivenciar experiências verdadeiras e sensíveis, que nos transformam e nos fazem crescer como indivíduos. É! ao nos abrirmos para essas oportunidades que descobrimos novos caminhos, exploramos novos horizontes e desenvolvemos um maior entendimento de nós mesmos. Portanto, é fundamental que estejamos dispostos a nos permitir, a nos aventurar e a nos tornar receptivos às mudanças que surgem em nossas vidas e somente assim poderemos aproveitar ao máximo todas as possibilidades que o mundo nos oferece.
Inserido no Expressionismo abstrato produzido com forte influência da Arte Naïf brasileira, o artista apresenta suas referências artísticas e vivências para dentro do universo visual no qual Beré se denomina interlocutor. Esse espaço que o artista entende como um refúgio, um universo que, como o nosso, carrega complexidades, discussões sociais e filosóficas. Para o artista, o tempo é um elemento simbólico que circunda todos esses fatores, podendo ser uma ferramenta de interpretação de rituais do cotidiano. Essa é uma abordagem essencial para Beré, pois é a partir dela que o artista interpreta a circularidade do tempo, o ontem e o hoje em diálogo com os aprendizados proporcionados, sobretudo, por meio de ithans. A partir dessa abordagem há uma busca em representar o que sobra do tempo efêmero, por meio de representações de territórios, dizeres, fazeres, e rituais enquanto elementos essenciais para a dinamização das sociedades.
Yawô no Ilê Asé Omô Nanã, amante do samba, da música brasileira e da beleza na concisão da filosofia negra. A trajetória do artista plástico residente da cidade de São Paulo, entre outros projetos e exposições se destacam a participação do 1º salão paulista de Arte Naïf no Museu de Arte Sacra de São Paulo (MAS) em São Paulo no ano de 2021, também fez parte do Projeto GAS da Anita Schwartz Galeria de Arte, onde participou da exposição Saravá no ano de 2022. Participou do curso online de Artes Visuais e decolonialidade no Brasil, ministrado por Renata Felinto e realizado pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo em 2023, também participou do Programa de Orientação de Projetos em Artes Visuais no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo no segundo semestre de 2023.
KinJin
curadoria